data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
O ano de 2021 bate à porta e, com ele, uma nova legislatura também chega para assumir a Câmara de Vereadores. Sobre a próxima composição, paira uma grande expectativa, já que apenas oito parlamentares se reelegeram e 10 irão estrear no ano que vem - outros três já tiveram mandatos no passado e, agora, retornam à Casa.
No entanto, as novas bancadas do Legislativo, de oposição e situação, começaram a tomar forma. Já é possível saber que o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) irá enfrentar uma oposição dupla. Isso porque um grupo de 11 políticos, de Progressistas, MDB, PSB, PDT e PSL, divulgou um documento no qual anuncia que será uma "oposição consciente" (veja o quadro abaixo).
O que será discutido na última sessão da Câmara em 2020
Do outro lado, a união entre os três vereadores do PT, Ricardo Blattes, Marina Callegaro e Valdir Oliveira, e o vereador do PCdoB, Werner Rempel, também será oposição. Porém, por razões ideológicas, já que um lado está ligado à esquerda, e, o outro, dos 11, posicionado mais à direita, as "duas oposições" não ficarão no "mesmo bolo".
ESBOÇO DAS BANCADAS
Oposição - Grupo do Pacto por Santa Maria
- Adelar Vargas (MDB)
- Rudinei Rodrigues (MDB)
- Tubias Calil (MDB)
- Anita Costa Beber (Progressistas)
- João Ricardo Vargas (Progressistas)
- Roberta Leitão (Progressistas)
- Pablo Pacheco (Progressistas)
- Paulo Ricardo (PSB)
- Danclar Rossato (PSB)
- Tony Oliveira (PSL)
- Luci Duartes (PDT)
Oposição (PT e PCdoB)
- Valdir Oliveira (PT)
- Marina Callegaro (PT)
- Ricardo Blattes (PT)
- Werner Rempel (PCdoB)
Situação
- Admar Pozzobom (PSDB)
- Juliano Soares (PSDB)
- Givago Ribeiro (PSDB)
- Manoel Badke (DEM)
Neutralidade
- Alexandre Vargas (Republicanos)
- Getúlio de Vargas (Republicanos)
FOCO NA MESA
A vereadora Roberta Leitão (Progressistas), que assumirá uma cadeira pela primeira vez, ainda não enxerga "o lado vermelho" da próxima legislatura como uma oposição de fato. Segundo ela, representantes do PT e do PSDB, partido do prefeito e que estará na base governista, articulam, juntos, para lançar uma chapa para concorrer à Mesa Diretora, na eleição de sexta-feira, mesmo dia da posse.
- Até o presente momento, PT e PSDB estão unidos e formando a base do governo e articulando, agora, claramente, para formar um bloco para a Mesa Diretora. Esse acordo ficou mais evidenciado quando esses partidos se uniram para aprovar o "tarifaço" proposto pelo governo Leite - diz a futura vereadora, que relaciona uma possível aproximação de tucanos e petistas em Santa Maria com a votação da majoração do ICMS, que ocorreu na Assembleia Legislativa na semana passada.
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Ricardo Blattes, que também irá estrear na Câmara, não confirma a percepção de Roberta.
Conforme ele, o PT e o PCdoB conversam com todas as bancadas e, no momento, não estão preocupados com os "cargos administrativos da Casa", pelo menos, não de forma prioritária. Ele diz que as conversas que têm feito nos últimos dias são para entender quais são os pontos em comum entre os partidos.
- Existem conversas em cima de agendas. Não vejo a disputa da mesa como a principal articulação do momento. É, por isso, justamente, que eu tenho buscado conversar com todas as bancadas, inclusive as que se dizem da oposição - diz Blattes.
Nos corredores do Legislativo, as conversas sinalizam para um flerte entre tucanos e parte da esquerda. Já o grupo dos 11 não acredita que possa ocorrer eventuais defecções dentro da base, até aqui, consolidada como "a oposição à oposição".
*Colaborou Rafael Favero